PONTO ELETRÔNICO

Imagens revolucionárias

Posted in Video, Youth by mari messias on outubro 20, 2011

http://vimeo.com/30860332

No dia 15 de outubro pessoas de mais de 80 países saíram as ruas pra dizer que não estavam satisfeitos com a ordem econômica atual. No Brasil foram mais de 40 cidades se manifestando. Uma das reclamações específicas dos brasileiros foi a construção de Belo Monte, que ja deu resultado positivo.

E lembra que pedimos as imagens que vocês fizeram nas suas manifestações locais? Poisé, reunimos todas e mais algumas e magicamente transformamos nesse vídeo muito lindo (editado pelo Vinícius).

Traçando um paralelo com o documentário Images of Revolutions, disponibilizado ontem pela Al Jazeera, o que se vê também nessas imagens é euforia.

Quatro meses atrás comentamos aqui sobre Images of Revolutions, do cineasta egípcio Amr Salama, na época ainda em produção. O documentário une imagens feitas pela população e entrevistas com quem fez as imagens e, em alguns casos, com quem foi filmado. A idéia é demonstrar da maneira mais prática possível como essas imagens, a pulverização do controle das mídia e o acesso a internet foram fundamentais, fundadores mesmo, das revoluções árabes.

A noção de que as mídias sociais (e a capacidade de se comunicar trazida por ela) está mudando a política universal antecede essas revoltas, mas ainda é muito questionada. E o documentário ajuda a aumentar a força da idéia de que, se antes existia apenas uma imagem e uma mídia, que mantinham o cidadão distante, agora a coisa mudou de figura. E todos somos mídia, meio, texto, imagem e revolução, como nota a sociológa Zeynep Tufecki no seu texto Twitter and the Anti-Playstation Effect on War Coverage.

É como disse o Economist, as notícias estão voltando a ser um meio social. E mesmo quando tudo parece mais primitivo, quando uma idéia é transmitida por gritos e retransmitida pela internet para círculos fechados antes de, finalmente, alcançar o mundo todo, elas são notícias com maior credibilidade, por serem vividas, não assistidas e retransmitidas, apenas.

E aí está a força mobilizadora dessas imagens.

O documentário tem 40 minutos e, apesar de todo sofrimento que mostra, gera mais euforia que qualquer coisa. Mais ou menos como a euforia gerada pelos heróis-gente-comum dessas revoluções, ou como a euforia de um egípcio do documentário ao notar, vendo aquelas imagens (quase) em tempo real que podemos, sim, derrubar tiranos e líderes ruins.

É a euforia do futuro, diz outro egípcio.

Arte do Protesto

Posted in Arte by juliano.dornelles on outubro 18, 2011

O festival de arte inglês Noise, está recebendo um exibição pop-up que mostra protestos criativos e pacíficos. Nele tem trabalhos de artistas famosos como Banksy, Gillian Wearing, Billy Bragg, Stella Vine, Joseph Beuys, Thomas Peiter, e Katherine Hamnett. A ”Art of Protest” é uma mostra ligada a recente onda de protestos na Inglaterra, mas se liga indiretamente com os que aconteceram pelo mundo nos últimos dias. As fotos mostram jovens de Berlim, Madri, Valencia e Manchester, e quais são seus desejos de mudança.

100%

Posted in Web, Youth by mari messias on outubro 14, 2011


Imagino que vocês, como pessoas que estão por dentro de tudo, já conheçam o tumblr We are the 99%. De toda forma, no site pessoas mandam depoimentos sobre por qual motivo fazem parte dos 99% da população mundial que não tolera mais a ganância e a corrupção do 1% que comanda.

Mas a novidade do dia é o We are the 1%, outro tumblr, onde quem nada em dinheiro manda mensagens dizendo que, também eles não toleram mais as coisas como estão.

Seguindo a mesma vibe, convoco a geral pro Occupy Together, uma manifestação mundial que vai acontecer amanhã. No site tu pode ver onde e que horas rola na tua cidade.

Pra quem não estiver bem certo porque devemos participar, é muito legal ler esse texto do Guardian, onde o David Graeber fala de um jeito massa uma coisa que, provavelmente, todo mundo sente: os jovens que tem protestado em Wall Street (e na Espanha, no Brasil, na Grécia, em Londres, pelas internets) rejeitam a ordem econômica atual, mas no lugar de ficar sentados vendo TV,  jogando videogame ou twittando piadas sem graça, eles mexem as cadeiras e retomam o futuro.

Prum texto ainda mais emocionante, vale ler o discurso do Zizek no Occupy Wall Street, nos chamando pra fazer diferente:

There is a danger. Don’t fall in love with yourselves. We have a nice time here. But remember, carnivals come cheap. What matters is the day after, when we will have to return to normal lives. Will there be any changes then? I don’t want you to remember these days, you know, like “Oh. we were young and it was beautiful.” Remember that our basic message is “We are allowed to think about alternatives.” If the rule is broken, we do not live in the best possible world. But there is a long road ahead. There are truly difficult questions that confront us. We know what we do not want. But what do we want? What social organization can replace capitalism? What type of new leaders do we want?

E aproveito pra pedir que vocês nos mandem suas fotos e vídeos pra gente juntar tudo num post bem bonito semana que vem.  Que tal, ein?